História
Vale de Estrela pertence ao distrito e concelho da Guarda, de cuja sede dista aproximadamente 5 quilómetros; o seu orago é S. Silvestre.
Sem que se exclua a hipótese de um povoamento muito remoto, nada se pode afirmar acerca deste assunto, pelo menos até ao século XII, dada a falta de documentação escrita que lhe seja referente, carecendo dela ainda nos primeiros séculos da Nacionalidade. No entanto, a toponímia é suficiente para fazer crer que o território teve povoamento antes da Nacionalidade, pois são sem dúvida anteriores a esta época, alguns topónimos desta freguesia, que possuía primordialmente o topónimo "S. Silvestre de Porcas".
Esta designação foi abolida por Decreto-Lei nº 14.912, em 16 de Janeiro de 1928, tendo sido adotada, a pedido dos locais, a designação de "Vale de Estrela", por a freguesia se situar num dos muitos vales da Serra da Estrela.
A Igreja de S. Silvestre foi instituída na Idade Média pela Sé egitaniense, que ali apresentava o pároco; a igreja tornou-se depois paroquial, daí ter dado o nome à freguesia "S. Silvestre". Já no topónimo "Porcas", não é tão clara a significação devido ao emprego do feminino, pois se se trata da espécie animal, esperar-se-ia "Porcos", dado que no local proliferava o porco bravo; de qualquer modo, o topónimo "Porcas" é índice de antiguidade.
Foi das primeiras aldeias do concelho da Guarda a ser eletrificada, retribuindo a Câmara da Guarda assim, o facto da água que se consumia na cidade, sair desta freguesia dum lugar que ficou sempre designado como "O Poço", na quinta da Montanheira, onde ainda são visíveis as velhas maquinarias, que elevavam a água que era canalizada para consumo doméstico na cidade.
Também por ser uma freguesia muito próxima da cidade, e apresentar relevo e vegetações variadas, foi muitas vezes escolhida pelo extinto Regimento de Infantaria N.° 12 (R12) da Guarda, para aí fazerem acampamentos e simulações/treinos para a ex guerra colonial, sendo frequente verem-se colunas militares a "invadirem e tomarem a aldeia".

